Não pode ser amor...

“Eu que sempre me assustei com o cinismo, me assusto hoje com a sua sinceridade. Acho que levei tanto na cara que ela ficou dormente, já nem sentia mais. A gente se acostuma com esse jogo, e de tanto topar gente ruim por aí, acaba por perder o interesse em conhecer outras pessoas. Nada deprimente, nada que me fizesse chorar, só não me atingia mais. Era melhor ficar no meu canto. Sem tocar, sem ser tocada. Era o melhor pro momento. Então você chegou, e, meu Deus, o que esse menino tem que me faz querer não sair de perto? Que nome a gente dá pra essa coisa que deixa a gente sorrindo de orelha a orelha? Ah, não pode ser amor. Desse eu já provei, e sei que ele, sim, é maléfico. O resto é só cara de mau. Então eu quis saber mais de você. Seus medos, dores, alegrias, conquistas e como conseguiu suas cicatrizes no joelho e cotovelos. Você me contou das quedas de bicicleta, das partidas de futebol mal sucedidas. Então, eu olhei suas fotos, e desejei te conhecer desde sempre e, ao mesmo tempo, agradeci baixinho por ter te conhecido na hora certa. Então, eu torci pra que você percebesse por trás da minha ironia, dos meus choros, da minha fragilidade, dos meus problemas com o passado, eu realmente queria tentar. Como se valesse a pena se fosse contigo. Então, você me mostrou o amor. Que não é violento, cansativo, imaturo, destrutivo, não nos deixa com o coração apertado. Me mostrou o amor de verdade. Esse que é maduro, bonito, compreensivo, imperfeito e paciente. Aprendemos a respeitar nossos medos e dores. Você não prometeu ficar, eu também não, mas ficamos. Porque quando a gente quer, não tem desculpa, nem falta de tempo. Então, eu preciso dizer: você me faz ainda mais feliz do que eu era. Você é maravilhoso, gentil, sincero, tem um coração lindo, e eu tenho uma enorme sorte por tê-lo em minha vida. E quando eu me calo, quando me distancio de você, quando não sei lidar, sempre corro de volta, pois é só pra você que meus pés sabem caminhar, só seus braços sabem me acolher. Hoje, com a cabeça nas nuvens e os pés no chão, sei o que é amor. E sei o que quero pra minha vida: você. Hoje e sempre.”